segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Jackie Brown"-1997


Da obra de Tarantino consegui separar as que acho boas ("Pulp Fiction", "Jackie Brown", "Kill Bill"), das que acho menos boas ("reservoir dogs", "death proof"). Das boas sempre preferi "Jackie Brown". Em "Jackie Brown" as "homages" não se sobrepõem à história (como em "reservoir dogs") nem a forma, o estilo "atropela" o conteúdo (como em "death proof").


"Jackie Brown" adapta "Rum Punch" de Elmore Leonard, é o único argumento adaptado de Quentin Tarantino e no entanto é neste filme que eu sinto mais originalidade. Em "Kill Bill" pensamos repetidamente: "De que filme será isto?" e será esse o seu principal objectivo e a sua principal força: a crença de estarmos numa viagem alucinante pelo cinema asiático mais ou menos obscuro ou até pelo western clássico e spaghetti. A "Pulp Fiction" associa-se todo um conjunto de filmes "noir" dos anos 40 e 50, "Kiss Me Deadly" de Robert Aldrich, "Panic on the Streets" e "On the Waterfront" de Elia Kazan, entre outros.
Eu considero tanto "Pulp Fiction" como "Kill Bill" excelentes filmes e sou o primeiro a fazer a vénia a Tarantino pela sua capacidade de referenciar filmes e de ver os filmes ou antes a cinefilia como uma força capaz de influenciar a vida e de ser a própria vida, seguindo o exemplo de Godard.
Ainda assim, "Jackie Brown" é o meu preferido ( se "Inglorious Basterds" não o suplantar). Por ser um filme carregado de maturidade, adulto e por ser a melhor história de amor dos anos 90 ex-aequo com "The Bridges of Madison County" de Clint Eastwood.



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